O método
“pedagogizador” está relacionado
a instrução do aluno, onde ele reproduz
o conhecimento, aplica técnicas para que ele seja treinado. Esse modelo tem
sido um dos maiores desafios contemporâneos e seus críticos buscam superá-lo .Seu suporte é a consideração de
que há dois fatores estanques em todos os processos em que algum tipo de
conhecimento seja requerido: um sujeito de conhecimento de um lado, e uma
realidade a ser conhecida de outro. A conseqüência para a educação, bem como em
termos de propostas pedagógicas, é a restrição à aplicação de técnicas a um
sujeito, o aluno, tratado como objeto a ser conhecido e treinado. Em
contraposição, encontra-se um modelo
baseado na intersubjetividade, mais apto a conduzir para a educação, entendida
num sentido construção de pessoas emancipadas, criativas, autônomas. Chamamos
este modelo de “modelo educacional”.
Mas não consideraremos que diálogo,
intersubjetividade, modelo comunicativo, etc., bastem. Será ainda preciso
mostrar seus pressupostos teóricos, as implicações decorrentes, e
principalmente, como ele pode ser aplicado, aliviando as dificuldades pelas
quais passa nossa sociedade, sendo o papel da educação central para compreender
essas dificuldades e propor mudanças. Este é um processo complexo que precisa
ser revista com urgência. A prática da intersubjetividade, produtora de
sujeitos capazes de linguagem e de ação, com opinião e vontade formadas de modo
a possibilitar liberdade comunicativa, calcada em razões e argumentações
justificadas, legítimas, são os pressupostos de qualquer sociedade democrática,
essenciais à educação.
As
práticas educacionais, ao produzirem indivíduos mais livres, autônomos, e não
autômatos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos, à luz das
normas sociais legítimas e legitimadas em processos jurídicos, políticos,
usando suas próprias cabeças, e tendo propósitos sinceros e abertos à crítica,
são fundamentais para as práticas educacionais. E estas representam o solo de
germinação da ação comunicativa.
A
importância extrema da educação decorre de ela servir como anteparo à
tecnicização, à colonização do mundo da vida pelo sistema, mas também deve
servir para intervir no meio dinheiro e poder, de modo a enfrentá-los pela
democracia e pelo direito.
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